Liberdade lírica

14 05 2014

Fazem quase dois anos desde minhas últimas palavras nesse blog, mas eis-me aqui novamente. Optei por romper o laço de silêncio que me impus e banir a censura que apliquei a mim durante esses últimos anos. Esclarecerei os motivos de ficar calado por tanto tempo, mas não faço isso porque sinto que lhes devo explicações. Apenas o faço porque sinto que preciso seguir em frente, voltar a escrever, por para fora o que reprimo e, por fim, para tentar sentir-me um pouco menos só. Afinal, o tempo passa, mas continuo me sentindo sem amigos ao meu lado.

Durante meus anos de ensino médio, o qual terminou ano passado, defrontei-me com um momento que era até então novo para mim. Conheci novas pessoas, meu convívio social cresceu e, conseguintemente, eu mudei. Como no nono ano havia me apaixonado por um garoto de minha sala e essa paixão não findou nos anos seguintes, foi esse garoto quem inspirou meus textos daí em diante. Sim, eu gosto de garotos. Nunca havia deixado isso claro nesse blog porque sabia que algumas pessoas que antes liam poderiam vir a saber e não o queria.

Deixei de escrever histórias de aventura e ficção e passei a escrever alguns contos, depois trechos de pensamentos que não formavam nenhum gênero textual que eu possa identificar (afinal, eram textos curtos em que escrevia minhas frustrações e alguns momentos de felicidade que tive nessa época) e, por fim, acabei por desistir de escrever. Eu perdi toda minha inspiração e criatividade na época. Todas as ideias que tinha eu não conseguia expressar em palavras como antigamente. No final do segundo ano do ensino médio, decidi fazer uma carta declarando o que sentia ao garoto. Eu sempre soube que não daria resultados, afinal, ele era heterossexual. Mas precisava dizer aquilo para ele. Fiz a carta de oitos páginas num dia de prova e entreguei na manhã seguinte amarrada numa fita vermelha e com um chocolate branco. Nada mudou entre nós, mas a partir daí voltei a escrever. Escrevi contos e poemas, geralmente de teor romântico e alguns saudosistas, e até tentei voltar a escrever aventuras, mas não foi tão simples.

Hoje, porém, decidi retomar essa rotina de escritor. Esse ano ingressei no curso de jornalismo e, apesar de estar me questionando se devo ou não seguir em frente nele, eu notei que preciso por em prática minha escrita. Digo que estou me questionando porque me matriculei no curso almejando escrever e trabalhar com arte, mas durante esse semestre notei que vou viver de entrevistas e não tenho esse perfil desinibido e insistente (para ficar correndo atrás de fonte e enchendo o saco delas) que é necessário ao profissional. O problema em questão é: o que eu faria então? Tentaria bioquímica de novo? Enfim, eis o cenário em que estou.

O título desse post não é à toa. Darei liberdade ao meu lirismo e à minha mente mais uma vez. Não digo que estou de volta, mas digo que possivelmente eu torne a escrever com mais frequência. Serei aquele escritor de textos que tangem às sensações, às emoções e, lentamente, voltarei a trabalhar também meu lado explosivo, com cenas de batalhas e muitos poderes especiais, que foi o que sempre gostei.

Não vou me delongar mais. Falarei sobre o que tenho feito, lido, ouvido e tudo mais nos posts que se seguirem. Espero, quem sabe, conhecer novas pessoas aqui. Sonhar não é proibido, certo? Até mais!


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